Psicanálise com crianças
Nem sempre a dor de uma criança aparece em palavras. A escuta começa no silêncio: na inquietação, no medo, no gesto inesperado.
No consultório, a infância encontra um lugar para brincar, desenhar, falar e mover‑se nos seus próprios ritmos e tempos. Os pais são convidados a olhar, junto a ela, para o que ainda não foi dito — e que pede acolhimento.
Inspirada em autores como Françoise Dolto, Maud Mannoni e D. W. Winnicott, a clínica se orienta pela linguagem singular de cada criança.
Sobre mim
Sou Daniele Modolin, psicanalista com escuta voltada à clínica infantil, atendo em meu consultório em uma charmosa vila localizada na Vila Mariana, São Paulo.
Por muitos anos, acompanhei os afetos e sintomas que atravessam os adultos. Hoje, dedico também meu trabalho ao entendimento das infâncias - suas dores, invenções, silêncios e potências.
Acredito que toda criança tem o direito de ser escutada em sua singularidade.
E que os pais merecem um lugar onde possam ser recebidos sem julgamento.
Trabalho com o universo que cada um carrega em si - reconhecendo que cada criança porta um saber que precisa ser escutado, decifrado, transformado (por vezes) e redirecionado à nossa humanidade.
Sinais de que seu filho pode estar pedindo ajuda
Crianças pedem ajuda de muitas formas. Às vezes com raiva, outras com tristeza. Por meio de silêncios profundos ou comportamentos inesperados.
Nem sempre os sinais são claros. Às vezes, os pais apenas sentem que há algo diferente.
Se você percebe que algo mudou em seu filho, ou que há algo difícil de nomear - a psicanálise infantil pode abrir caminhos, através de alguns sinais:
- Medos e angústias constantes
- Choro frequente ou sem motivo aparente
- Agressividade ou isolamento excessivo
- Dificuldades no sono ou na alimentação
- Mudanças de humor ou de comportamento
- Questões na escola
Não se trata de diagnosticar, e sim escutar o íntimo de cada criança.
Como funciona o atendimento
O processo começa com os pais.
A primeira conversa é para entender a história da criança: seus movimentos, sintomas e contextos. Em seguida, abro um espaço exclusivo para ela - onde possa brincar, desenhar, falar e se expressar à sua maneira.
A construção do vínculo terapêutico acontece no tempo da criança - este é o laço que torna possível a elaboração do que ela ainda não sabe dizer.
Com ela, conduzindo no seu ritmo, os pais seguem próximos, com encontros de acompanhamento, escuta e orientação.
- Encontro inicial com os pais — história, contextos e movimentos da criança.
- Sessões com a criança — brincar, desenhar, conversar, explorar.
- Encontros de acompanhamento — escuta e orientação aos responsáveis.
Sessões semanais • Presencial ou on‑line (conforme o caso) • Duração aberta e construída em análise
Idade: 3 a 12 anos.
A escuta acontece no que se repete, insiste, se desloca e - finalmente se transforma.
O Significado do Brincar e do Desenho
Brincar é linguagem. Desenhar é narrativa.
Como ensinou Winnicott, o brincar é uma ponte entre o mundo interno e o externo.
É nesse território transicional que a criança expressa seus conflitos, invenções e afetos.
Por meio do desenho livre e do brincar espontâneo, abrimos espaço para que algo da dor ou da subjetividade venha à tona; não como diagnóstico, mas como linguagem.
Brincar e desenhar são mais do que atividades lúdicas: são modos de dizer, existir e de construir sentido para a vida em construção.
Em casos específicos, utilizo instrumentos projetivos como o HTP (House-Tree-Person) e o CAT (Children's Apperception Test), sempre com escuta e cuidado clínico.
O brincar espontâneo é, muitas vezes, o lugar onde a dor aparece pela primeira vez
A Relação dos Pais com os Sintomas dos Filhos
Muitos sintomas não pertencem apenas à criança: podem sinalizar algo que circula na relação com os pais, nas expectativas e na linguagem familiar. Por isso, parte essencial do processo é escutar os responsáveis com o mesmo cuidado com que escutamos a criança. É nesse espaço que podem refletir sobre seu lugar na vida emocional dos filhos.
A criança fala com o corpo, com o sintoma, com o brincar. Mas é com o outro— com os pais, com a analista—que ela encontra espaço para transformar.